04/03/2018

Mariana, Machado de Assis



CAPÍTULO PRIMEIRO

     "Que será feito de Mariana?" perguntou Evaristo a si mesmo, no largo da Carioca,
ao despedir-se de um velho amigo, que lhe fez lembrar aquela velha amiga.

    Era em 1890. Evaristo voltara da Europa, dias antes, após dezoito anos de
ausência. Tinha saído do Rio de Janeiro em 1872, e contava demorar-se até 1874
ou 1875, depois de ver algumas cidades célebres ou curiosas; mas o viajante põe
e Paris dispõe.
 Uma vez entrando naquele mundo, em 1873, Evaristo deixou-se ir
ficando, além do prazo determinado; adiou a viagem um ano, outro ano, e afinal
não pensou mais na volta. Desinteressara-se das nossas coisas; ultimamente nem
lia os jornais daqui; era um estudante pobre da Bahia, que os ia buscar
emprestados, e lhe referia depois uma ou outra notícia de vulto. Senão quando,
em novembro de 1889, entra-lhe em casa um
repórter parisiense, que lhe fala de
revolução no Rio de Janeiro, pede informações políticas, sociais, biográficas.
Evaristo refletiu.

— Meu caro senhor, disse ao repórter, acho melhor ir eu mesmo buscá-las.

    Não tendo partido, nem opiniões, nem parentes próximos, nem interesses (todos
os seus haveres estavam na Europa), mal se explica a resolução súbita de
Evaristo pela simples curiosidade, e contudo não houve outro motivo. Quis ver o
novo aspecto das coisas. Indagou da data de uma primeira representação no
Odéon, comédia de um amigo, calculou que, saindo no primeiro paquete e
voltando três paquetes depois, chegaria a tempo de comprar bilhete e entrar no
teatro; fez as malas, correu a Bordéus, e embarcou.

    "Que será feito de Mariana?

 repetia agora, descendo a Rua da Assembléia. Talvez
morta... Se ainda viver, deve estar outra; há de andar pelos seus quarenta e
cinco... Upa! quarenta e oito; era mais moça que eu uns cinco anos. Quarenta e
oito... Bela mulher; grande mulher! belos e grandes amores!"

    Teve desejo de vê-la. Indagou discretamente, soube que vivia e morava na
mesma casa em que a deixou, Rua do Engenho Velho; mas não aparecia desde
alguns meses, por causa do marido, que estava mal, parece que à morte.

— Ela também deve estar escangalhada, disse Evaristo ao conhecido que lhe dava
aquelas informações.

— Homem, não. A última vez que a vi, achei-a frescalhona. Não se lhe dá mais de

quarenta anos. Você quer saber uma coisa? Há por aí roseiras magníficas, mas os
nossos cedros de 1860 a 1865 parece que não nascem mais.

— Nascem; você não os vê, porque já não sobe ao Líbano, retorquiu Evaristo.

Crescera-lhe o desejo de ver Mariana. Que olhos teriam um para o outro? Que
visões antigas viriam transformar a realidade presente? A viagem de Evaristo,
cumpre sabê-lo, não foi de recreio, senão de cura. Agora que a lei do tempo fizera
sua obra, que efeito produziria neles, quando se encontrassem, o espectro de
1872, aquele triste ano da separação que quase o pôs doido, e quase a deixou
morta?

CAPÍTULO II

    Dias depois apeava-se ele de um tílburi à porta de Mariana, e dava um cartão ao
criado, que lhe abriu a sala.

     Enquanto esperava circulou os olhos e ficou impressionado. Os móveis eram os
mesmos de dezoito anos antes. A memória, incapaz de os recompor na ausência,
reconheceu-os a todos, assim como a disposição deles, que não mudara. Tinham o
aspecto vetusto. As próprias flores artificiais de uma grande jarra, que estava
sobre um aparador, haviam desbotado com o tempo. Tudo ossos dispersos, que a
imaginação podia enfaixar para restaurar uma figura, a que só faltasse a alma.
Mas não faltava a alma. Pendente da parede, por cima do canapé, estava o retrato
de Mariana. 
  
   Tinha sido pintado quando ela contava vinte e cinco anos; a moldura,
dourada uma só vez, descascando em alguns lugares, contrastava com a figura
ridente e fresca. O tempo não descolara a formosura. Mariana estava ali, trajada à
moda de 1865, com os seus lindos olhos redondos e namorados. Era o único
alento vivo da sala; mas só ele bastava a dar à decrepitude ambiente a fugidia
mocidade. Grande foi a comoção de Evaristo. Havia uma cadeira defronte do
retrato, ele sentou-se nela, e ficou a mirar a moça de outro tempo. Os olhos
pintados fitavam também os naturais, porventura admirados do encontro e da
mudança, porque os naturais não tinham o calor e a graça da pintura. Mas pouco
durou a diferença; a vida anterior do homem restituiu-lhe a verdura exterior, e os
olhos embeberam-se uns nos outros, e todos nos seus velhos pecados.

   Depois, vagarosamente, Mariana desceu da tela e da moldura, e veio sentar-se
defronte de Evaristo, inclinou-se, estendeu os braços sobre os joelhos e abriu as
mãos. Evaristo entregou-lhes as suas, e as quatro apertaram-se cordialmente.
Nenhum perguntou nada que se referisse ao passado, porque ainda não havia
passado; ambos estavam no presente, as horas tinham parado, tão instantâneas e
tão fixas, que pareciam haver sido ensaiadas na véspera para esta representação
única e interminável. Todos os relógios da cidade e do mundo quebraram
discretamente as cordas, e todos os relojoeiros trocaram de ofício. Adeus, velho
lago de Lamartine! Evaristo e Mariana tinham ancorado no oceano dos tempos. E
aí vieram as palavras mais doces que jamais disseram lábios de homem nem de
mulher, e as mais ardentes também, e as mudas, e as tresloucadas, e as
expirantes, e as de ciúme, e as de perdão.

— Estás bom?

— Bom; e tu?

— Morria por ti. Há uma hora que te espero, ansiosa, quase chorando; mas bem
vês que estou risonha e alegre, tudo porque o melhor dos homens entrou nesta
sala. Por que te demoraste tanto?

— Tive duas interrupções em caminho; e a segunda muito maior que a primeira.

— Se tu me amasses deveras, gastarias dois minutos com as duas, e estarias aqui
há três quartos de hora. Que riso é esse?

— A segunda interrupção foi teu marido.

Mariana estremeceu.

— Foi aqui perto, continuou Evaristo; falamos de ti, ele primeiro, a propósito não
sei de quê, e falou com bondade, quase que com ternura. Cheguei a crer que era
um laço, um modo de captar a minha confiança. Afinal despedimo-nos; mas eu
ainda fiquei espiando, a ver se ele voltava; não vi ninguém. Aí está a causa da
minha demora; aí tens também a causa dos meus tormentos.

— Não venhas outra vez com essa eterna desconfiança, atalhou Mariana sorrindo,
como na tela, há pouco. Que quer você que eu faça? Xavier é meu marido; não
hei de mandá-lo embora, nem castigá-lo, nem matá-lo, só porque eu e você nos
amamos.

— Não digo que o mates; mas tu o amas, Mariana.

— Amo-te e a ninguém mais, respondeu ela, evitando assim a resposta negativa,
que lhe pareceu demasiado crua.

    Foi o que pensou Evaristo; mas não aceitou a delicadeza da forma indireta. Só a
negativa rude e simples poderia contentá-lo.

— Tu o amas, insistiu ele.

Mariana refletiu um instante.

— Para que hás de revolver a minha alma e o meu passado? disse ela. Para nós, o
mundo começou há quatro meses, e não acabará mais — ou acabará quando você
se aborrecer de mim, porque eu não mudarei nunca...

    Evaristo ajoelhou-se, puxou-lhe os braços, beijou-lhe as mãos, e fechou nelas o
rosto; finalmente, deixou cair a cabeça nos joelhos de Mariana. Ficaram assim
alguns instantes, até que ela sentiu os dedos úmidos, ergueu-lhe a cabeça e viulhe os olhos rasos de água. Que era?

— Nada, disse ele; adeus.

— Mas que foi?!

— Tu o amas, tornou Evaristo, e esta idéia apavora-me, ao mesmo tempo que me
aflige, porque eu sou capaz de matá-lo, se tiver certeza de que ainda o amas.

— Você é um homem singular, retorquiu Mariana, depois de enxugar os olhos de
Evaristo com os cabelos, que despenteara às pressas, para servi-lo com o melhor
lenço do mundo. Que o amo? Não, já não o amo, aí tens a resposta. Mas já agora
hás de consentir que te diga tudo, porque a minha índole não admite meias
confidências.

    Desta vez foi Evaristo que estremeceu; mas a curiosidade mordia-lhe a ele o
coração, em tal maneira, que não houve mais temer, senão aguardar e escutar.
Apoiado nos joelhos dela, ouviu a narração, que foi curta. Mariana referiu o
casamento, a resistência do pai, a dor da mãe, e a perseverança dela e de Xavier.
Esperaram dez meses, firmes, ela já menos paciente que ele, porque a paixão que
a tomou tinha toda a força necessária para as decisões violentas. Que de lágrimas

verteu por ele! 

   Que de maldições lhe saíram do coração contra os pais, e foram
sufocadas por ela, que temia a Deus, e não quisera que essas palavras, como
armas de parricídio, a condenassem, pior que ao inferno, à eterna separação do
homem a quem amava. Venceu a constância, o tempo desarmou os velhos, e o
casamento se fez, lá se iam sete anos. A paixão dos noivos prolongou-se na vida
conjugal. Quando o tempo trouxe o sossego, trouxe também a estima. Os
corações eram harmônicos, as recordações da luta pungentes e doces. A felicidade
serena veio sentar-se à porta deles, como uma sentinela. Mas bem depressa se foi
a sentinela; não deixou a desgraça, nem ainda o tédio, mas a apatia, uma figura
pálida, sem movimento, que mal sorria e não lembrava nada. Foi por esse tempo
que Evaristo apareceu aos seus olhos e a arrebatou. Não a arrebatou ao amor de
ninguém; mas por isso mesmo nada tinha que ver com o passado, que era um
mistério, e podia trazer remorsos...

— Remorsos? interrompeu ele.

— Podias supor que eu os tinha; mas não os tenho, nem os terei jamais.

— Obrigado! disse Evaristo após alguns momentos; agradeço-te a confissão. Não
falarei mais de tal assunto. Não o amas, é o essencial. Que linda és tu quando
juras assim, e me falas do nosso futuro! Sim, acabou; agora aqui estou, ama-me!

— Só a ti, querido.

— Só a mim? Ainda uma vez, jura!

— Por estes olhos, respondeu ela, beijando-lhe os olhos; por estes lábios,
continuou, impondo-lhe um beijo nos lábios. Pela minha vida e pela tua!

Evaristo repetiu as mesmas fórmulas, com iguais cerimônias. Depois, sentou-se
defronte de Mariana como estava a princípio. Ela ergueu-se então, por sua vez, e
foi ajoelhar-se-lhe aos pés, com os braços nos joelhos dele. Os cabelos caídos
enquadravam tão bem o rosto, que ele sentiu não ser um gênio para copiá-la e
legá-la ao mundo.

 Disse-lhe isso, mas a moça não respondeu palavra; tinha os
olhos fitos nele, suplicantes. Evaristo inclinou-se, cravando nela os seus, e assim
ficaram, rosto a rosto, uma, duas, três horas, até que alguém veio acordá-los:
— Faz favor de entrar.

CAPÍTULO III

   Evaristo teve um sobressalto. Deu com um homem, o mesmo criado que recebera
o seu cartão de visita. Levantou-se depressa; Mariana recolheu-se à tela, que
pendia da parede, onde ele a viu outra vez, trajada à moda de 1865, penteada e
tranqüila. Como nos sonhos, os pensamentos, gestos e atos mediram-se por outro
tempo, que não o tempo; fez-se tudo em cinco ou seis minutos, que tantos foram
os que o criado despendeu em levar o cartão e trazer o convite. Entretanto, é
certo que Evaristo sentia ainda a impressão das carícias da moça, vivera
realmente entre 1869 e 1872, porque as três horas da visão foram ainda uma
concessão ao tempo. Toda a história ressurgira com os ciúmes que ele tinha de
Xavier, os seus perdões e as ternuras recíprocas.

 Só faltou a crise final, quando a
mãe de Mariana, sabendo de tudo, corajosamente se interpôs e os separou.
Mariana resolveu morrer, chegou a ingerir veneno, e foi preciso o desespero da
mãe para restituí-la à vida.

 Xavier que então estava na província do Rio, nada
soube daquela tragédia, senão que a mulher escapara da morte, por causa de
uma troca de medicamentos. Evaristo quis ainda vê-la antes de embarcar, mas foi
impossível.

— Vamos, disse ele agora ao criado que o esperava.

    Xavier estava no gabinete próximo, estirado em um canapé, com a mulher ao lado
e algumas visitas. Evaristo penetrou ali cheio de comoção. A luz era pouca, o
silêncio grande; Mariana tinha presa uma das mãos do enfermo, a observá-lo, a
temer a morte ou uma crise. Mal pôde levantar os olhos para Evaristo e estenderlhe a mão; voltou a fitar o marido, em cujo rosto havia a marca do longo
padecimento, e cujo respirar parecia o prelúdio da grande ópera infinita. Evaristo,
que apenas vira o rosto de Mariana, retirou-se a um canto, sem ousar mirar-lhe a
figura, nem acompanhar-lhe os movimentos. 
  
   Chegou o médico, examinou o
enfermo, recomendou as prescrições dadas, e retirou-se para voltar de noite.
Mariana foi com ele até à porta, interrogando baixo e procurando ler no rosto a
verdade que a boca não queria dizer. Foi então que Evaristo a viu bem; a dor
parecia alquebrá-la mais que os anos. Conheceu-lhe o jeito particular do corpo.
Não descia da tela, como a outra, mas do tempo. Antes que ela tornasse ao leito
do marido, Evaristo entendeu retirar-se também, e foi até a porta.

— Peço-lhe licença... Sinto não poder falar agora a seu marido.

— Agora não pode ser; o médico recomenda repouso e silêncio. Será noutra
ocasião...

— Não vim há mais tempo vê-lo porque só há pouco é que soube... E não cheguei
há muito.

— Obrigada.

   Evaristo estendeu-lhe a mão e saiu a passo abafado, enquanto ela voltava a
sentar-se ao pé do doente. Nem os olhos nem a mão de Mariana revelaram em
relação a ele uma impressão qualquer, e a despedida fez-se como entre pessoas
indiferentes. Certo, o amor acabara, a data era remota, o coração envelhecera
com o tempo, e o marido estava a expirar; mas, refletia ele, como explicar que,
ao cabo de dezoito anos de separação, Mariana visse diante de si um homem que
tanta parte tivera em sua vida, sem o menor abalo, espanto, constrangimento que
fosse? Eis aí um mistério. Chamava-lhe mistério. Ainda agora, à despedida,
sentira ele um aperto, uma coisa, que lhe fez a palavra trôpega, que lhe tirou as
idéias e até as simples fórmulas banais de pesar e de esperança. Ela, entretanto,
não recebeu dele a menor comoção. E lembrando-se do retrato da sala, Evaristo
concluiu que a arte era superior à natureza; a tela guardara o corpo e a alma...
Tudo isso borrifado de um despeitozinho acre.

     Xavier durou ainda uma semana. Indo fazer-lhe segunda visita, Evaristo assistiu à
morte do enfermo, e não pôde furtar-se à comoção natural do momento, do lugar
e das circunstâncias. Mariana, desgrenhada ao pé do leito, tinha os olhos mortos
de vigília e de lágrimas. Quando Xavier, depois de longa agonia, expirou, mal se
ouviu o choro de alguns parentes e amigos; um grito agudíssimo de Mariana
chamou a atenção de todos; depois o desmaio e a queda da viúva. Durou alguns
minutos a perda dos sentidos; tornada a si, Mariana correu ao cadáver, abraçouse a ele, soluçando desesperadamente, dizendo-lhe os nomes mais queridos e
ternos.

  Tinham esquecido de fechar os olhos ao cadáver; daí um lance pavoroso e
melancólico, porque ela, depois de os beijar muito, foi tomada de alucinação e
bradou que ele ainda vivia, que estava salvo; e, por mais que quisessem arrancá-
la dali, não cedia, empurrava a todos, clamava que queriam tirar-lhe o marido.

Nova crise a prostrou; foi levada às carreiras para outro quarto.
Quando o enterro saiu no dia seguinte, Mariana não estava presente, por mais que
insistisse em despedir-se; já não tinha forças para acudir à vontade. Evaristo
acompanhou o enterro. Seguindo o carro fúnebre, mal chegava a crer onde estava
e o que fazia. No cemitério, falou a um dos parentes de Xavier, confiando-lhe a
pena que tivera de Mariana.

— Vê-se que se amavam muito, concluiu.

— Ah! muito, disse o parente. Casaram-se por paixão; não assisti ao casamento,
porque só cheguei ao Rio de Janeiro muitos anos depois, em 1874; achei-os,
porém, tão unidos como se fossem noivos, e assisti até agora à vida de ambos.
Viviam um para o outro; não sei se ela ficará muito tempo neste mundo.
"1874", pensou Evaristo; "dois anos depois".

Mariana não assistiu à missa do sétimo dia; um parente, — o mesmo do cemitério,
— representava-a naquela triste ocasião. Evaristo soube por ele que o estado da
viúva não lhe permitia arriscar-se à comemoração da catástrofe. Deixou passar
alguns dias, e foi fazer a sua visita de pêsames; mas, tendo dado o cartão, ouviu
que ela não recebia ninguém. Foi então a São Paulo, voltou cinco ou seis semanas
depois, preparou-se para embarcar; antes de partir, pensou ainda em visitar
Mariana, — não tanto por simples cortesia, como para levar consigo a imagem, —
deteriorada embora, — daquela paixão de quatro anos.

   Não a encontrou em casa. Voltava zangado, mal consigo, achava-se impertinente
e de mau gosto. A pouca distância viu sair da igreja do Espírito Santo uma
senhora de luto, que lhe pareceu Mariana. Era Mariana; vinha a pé; ao passar pela
carruagem olhou para ele, fez que o não conhecia, e foi andando, de modo que o
cumprimento de Evaristo ficou sem resposta. Este ainda quis mandar parar o carro
e despedir-se dela, ali mesmo, na rua, um minuto, três palavras; como, porém,
hesitasse na resolução, só parou quando já havia passado a igreja, e Mariana ia
um grande pedaço adiante. Apeou-se, não obstante, e desandou o caminho; mas,
fosse respeito ou despeito, trocou de resolução, meteu-se no carro e partiu.

 — Três vezes sincera, concluiu, passados alguns minutos de reflexão.

    Antes de um mês estava em Paris. Não esquecera a comédia do amigo, a cuja
primeira representação no
Odéon ficara de assistir. Correu a saber dela; tinha
caído redondamente.

— Coisas de teatro, disse Evaristo ao autor, para consolá-lo. Há peças que caem.
Há outras que ficam no repertório
  



Mariana, Machado de Assis

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